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Foto do escritorEduardo De Oliveira

A Menina da Bicicleta


Não sei se a situação que vou narrar aqui já aconteceu com vocês, mas comigo eu sinceramente não lembro de ter ocorrido, não com a intensidade e realidade que foi.

Como de costume, todas as quartas-feiras eu visito alguns condomínios em Santa Cruz da Serra. E geralmente sempre paro para almoçar na mesma pensão. Essa pensão fica em uma rua bem tranquila, de pouca circulação e bastante arborizada.

A Dona Selma, cozinheira da pensão já me conhece faz um tempinho, e sabe que todas as quartas almoço ali com ela. É uma senhora muito educada, que sempre me agrada com uma bananada no final do almoço.

E hoje não foi diferente, e enquanto eu estava sentado almoçando, passou uma menina pedalando pela rua que me chamou a atenção. E eu nem sei porque ao certo me chamou atenção, já que ali era normal ver pessoas transitando de bicicleta, subindo e descendo a rua.

No instante em que olhei para ela, me lembrou alguma pessoa que na hora não me veio a cabeça. Mas sabe aquela sensação de “Essa pessoa me lembra alguém”. Acompanhei ela com os olhos por uns instantes, e depois me voltei a fazer o que estava fazendo. Almoçando e mexendo no celular ao mesmo tempo.

Alguns segundos depois escutei um barulho de alguma coisa caindo, e quando olhei para a rua, vi a menina no chão depois de ter caído com a sua bicicleta. A minha primeira reação foi de me levantar e ir em direção a ela, mesmo sendo um pouco longe da pensão. Mas como era uma rua de pouca circulação, nenhuma outra pessoa próxima tinha visto e ninguém iria ajudá-la.

Chegando próximo, escutei ela espreguejando, e soltando alguns palavrões para ela mesma por ter caído de bicicleta. Naquele momento me deu vontade de rir, pois sou assim exatamente como ela kkkk.

Quando cheguei próximo, perguntei se ela estava bem. Ela nem tinha reparado que eu estava por ali, e me olhou surpresa e meio sem graça e soltou um sorriso, me dizendo estar bem. E foi ali que as coisas se encaixaram para mim, e aquela pessoa que até então eu achava que conhecia, na verdade não ninguém que eu conhecesse. Mas o modo que me respondeu dizendo estar bem e o sorriso, foram inconfundíveis. Por um segundo ou dois, e vi a Lalá falando comigo. E de certo modo até a fisionomia de ambas eram meio parecidas.

Parece até coisa de desenho animado, quando você vê uma miragem, coça os olhos e volta a realidade. E de volta a realidade, perguntei mais uma vez a ela se estava tudo bem, ou se precisava de alguma coisa, ou uma ferramenta, sei lá, qualquer coisa. E ela novamente abriu o sorriso e educadamente disse que realmente estava bem, que morava próximo e já estava indo para casa. Eu apontei em direção a pensão e falei que caso precisasse de algo, eu estaria por ali almoçando. E assim retornei para a pensão, onde me sentei e a vi subindo em sua bicicleta e partindo. Logo depois eu terminei o meu almoço e segui com a visita aos condomínios que estavam em minha rota.

Na estrada voltando para o meu trabalho, fiquei pensando naquele sorriso, e no porque de ter lembrado da Lalá. Sei que tudo na vida não é por acaso, e na hora certa terei essa resposta. Mas como disse lá no inicio do texto, isso nunca havia me acontecido antes.


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