Um mês como sempre insistente,
Trinta e um dias que mais parece um ano inteiro.
Finalmente agosto vai chegando ao fim,
assim como muitas coisas.
E mesmo em seu ultimo dia de vida,
Ainda sinto querer levar algo mais de mim.
Agosto, ou desgosto como dizem,
E no fundo tem sua razão.
Mas prefiro que seja o mês da vacinação,
Mês do cachorro louco.
Queria eu ter me vacinado no inicio de agosto,
Quem sabe não teria entrado nessa loucura.
Longe de mim em me comparar com um cachorro,
Eles não seriam tão traiçoeiros e burros.
Agosto ainda sim insiste em estar aqui,
E insiste e não sair de cena.
Cena a qual eu gostaria de nunca mais rever,
Mas tão insistente quanto agosto,
É o gosto amargo que ficou.
Já não há mais luz e nem esperança,
Só restou o frio e o cinza do céu.
Setembro costuma ser melhor,
Ou costumava ser.
Mês para reerguer o que agosto derrubou,
Para cicatrizar o coração e lamber as feridas.
Mês onde já não há mais a loucura,
E agora sendo apenas um cachorro manco,
É hora de seguir a vida.
Espero que cure todas as feridas que fiz,
A quem eu mais amava.
Que os corações se reencontrem,
E que as magoas virem alegrias.
Adeus agosto...
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