Ainda a pouco deu um pulinho na rua para ir na padaria, e nem tinha me dado conta que estava caindo uma leve garoa. Então apressei os passos em direção a padaria, e no meio do caminho senti o aroma único de buque de noiva. Para quem não conhece, é uma arvore em que as suas flores formam um buque, geralmente são brancas, mas já vi na cor lilás também. E quando essas flores são molhadas, exalam um perfume bem forte e único.
Esse perfume logo desacelerou os meus passos, e nele entrei em um sentimento de nostalgia. Voltei até a minha adolescência e a rua ao lado da minha casa. Nessa rua morava uma menina chamada Raquel, era uma menina loirinha, magra, mas com uma beleza única. E nossos olhos sempre se esbarravam pela vizinhança, junto com a vergonha e a timidez.
Nunca chegamos a nos beijar, mas com um pouco menos da timidez, passamos a voltar juntos da escola e a noite sempre ficávamos conversando em frente ao seu portão. Eu só ficava chateado quando chovia, pois, sabia que ele não estaria à minha espera na rua. E quando isso acontecia, eu sempre sentia o perfume das flores do buque de noiva que tinha plantadas em sua calçada.
De uma maneira ou outra, eu acho que a amava, pois ele sempre volta em meus pensamentos ou com o perfume do buque de noiva.
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