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Foto do escritorEduardo De Oliveira

Flor do Deserto



Certo dia enquanto caminhava pelas ruas, avistei uma floricultura. Existia uma variedade imensa de flores, cores e cheiros. Eu nem sei ao certo porque, mas entrei naquela floricultura.

Logo que entrei, um funcionário veio ao meu encontro e me perguntou se eu precisava de um buquê ou algo do tipo. Bom, eu disse que não, que só estava de passagem e resolvi entrar para poder olhar as flores.

Minutos depois saí e continuei a caminhar pelas ruas, mas algo ficou fixado em mim, e não era o cheiro das flores. Eu pensava no porque de nunca ter plantado nada na vida.


No dia seguinte, entre um café e outro, me peguei novamente pensando nas flores. Peguei minhas chaves, passei a mão no cachorro e disse que demoraria. Após alguns minutos, cheguei até um horto que havia na região. Vários tipos de plantas, flores, vasos, adubos e fertilizantes.

Entrando na loja e seguindo até o balcão, encontrei um vendedor. No qual disse que gostaria de adquirir semente de alguma flor que fosse bem bonita, para poder plantar no meu canteiro.

O vendedor então me perguntou como era o meu canteiro, qual tipo de solo, se batia muito sol...

Foi quase uma prova do Enem, mas com tantos detalhes que eu nunca havia me atentado, ele já estava me convencendo de levar uma muda. Pois seria bem mais fácil para plantar, já que a muda era mais uma questão de fazer uma buraco no chão e regar.

O vendedor me deu uma muda sem dizer o nome daquela planta. Disse que quando ela estivesse grande, forte e dando flores, eu mesmo poderia batizar aquela muda com o nome que eu quisesse.


E assim foi feito, levei aquela muda desconhecida. Na verdade nem sei porque levei, já que parecia fantasioso demais esse papo do vendedor. Mas também preferi não contrariar e sair logo daquela situação atípica. Mas era uma muda bonita, com folhas bem verdes e delicadas e flores num degrade entre o vermelho e o branco.

Retornei até a minha casa, coloquei a muda em cima da mesa da varanda e fui procurar alguma ferramenta para poder cavar o canteiro de transplantar a muda.

E lá fui eu para o canteiro, abri um buraco, coloquei a mudar e molhei um pouco. O cachorro atento apenas olhava aquela façanha. Talvez estivesse pensando que eu tivesse virado um cão também, já que o único que cavava naquela casa era ele.

Na manhã seguinte, fui até o canteiro e reguei a muda. Não sei se ela sobreviveria , pois naquele canteiro mal nascida uma erva daninha. Os dias foram passando, e todos os dias eu cuidava daquela muda. Mas por mais que eu cuidasse, ela parecia estar morrendo. As folhas já não estavam mais verdes, a maioria das pétalas já tinham caído. Era apenas uma planta que estava ali esperando o seu ciclo acabar.

Naquele mesmo dia, retornei até o horto e expliquei a situação ao vendedor. Ele me indicou um adubo para fortalecer a planta, mas também me disse que não era apenas uma questão de regar e adubar. Disse que eu precisava dar atenção, conversar, sentir os toque as suas folhas e elogiar o seu perfume.

Logo pensei, "esse cara está louco, se acha que eu iria conversar com uma planta". Mas não discordei, peguei o adubo e retornei até a minha casa. E assim que cheguei, coloquei um pouco de adubo e reguei novamente a planta. O dia passou e no fim da tarde, a reguei novamente. E meio que sem querer disse "- Fique bem!" Retornei para dentro de casa para os meus afazeres, e assim o dia terminou.

Na manhã seguinte como já de costume, saí para cuidar da muda. E chegando até ela, percebi que as suas folhas pareciam mais verdes. Eu logo deduzi que era efeito do adubo, é lógico né, e segui o ritual, de regar e adubar a Flor do Deserto. Pelo sim e pelo não, eu resolvi "trocar uma ideia" com ela, dizendo que ela era uma flor linda. Que precisava ser forte e se recuperar, e que logo logo estaria com flores novas e de cores bem vivas.

Isso foi por dias, que seguiram por meses e anos. E hoje ela é uma planta bem forte, bela e com umas flores de perfume único.

Incrivelmente eu tinha criado um vinculo enorme com aquela planta. Cuida, conversa, sentia os toque as sua folhas e flores. Todo fim de tarde eu me sentava ali perto junto com minha caneca de café e a companhia do meu cachorro. Era realmente uma sensação muito boa, passa aquele tempo ali, até começar cair a noite.


Numa certa manhã quando saí para cuidar da planta como de costume, lembrei por acaso do vendedor me falando que eu deveria dar um nome para a planta.

Tomei um gole de café e fiquei pensando no nome que poderia dar para aquela planta. na qual eu adora estar ao lado, cuidar e vê-la cada vez maior e mais bonita. Então eu a batizei de "Amor".

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