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Foto do escritorEduardo De Oliveira

O Fim de Uma Família - Pt.1


Há pouco mais de dois anos atrás, em mais um dia comum, tirei o meu sábado para ir visitar a minha mãe. Pois já tinha semanas desde a minha ultima visita, assim aproveitando também para ver como estavam os meus tios, já que ambos precisavam de cuidados.

Chegando na casa da minha mãe, conversei um pouco com ela e logo tratei de ver meus tios na quarto deles. Nitidamente reparei que um dele estava muito magro e meio apático. Logo o que era mais forte e mais comilão entre os dois.

No meio de um café recém passado e sentado a mesa com minha mãe, perguntei o porquê dele estar assim. E ela me respondeu que ele já estava meio doente, que não comia direito e que vivia vomitando.

Então eu questionei do porquê não ter levado ele ao médico ou ter me comunicado ou comunicado a alguém da família. E ela disse apenas que já estava tratando dele, e que não queria pegar um taxi para levar a um médico, porque ele vomitaria todo o carro.

Eu retruquei dizendo que "vomitar um carro", era o menos importante e que ele realmente precisava de cuidados médicos. E me prontifiquei dizendo para levarmos a um posto médico naquele momento. Mas minha mãe sempre teimosa não quis, e ainda se sentiu meio ofendida por "duvidar" da capacidade dela de cuidar dele.

A única coisa que lembro mais, foi de ter dito que naquele estado, ele não chegaria nem no fim do ano. E já estávamos em setembro.

Assim que retornei para casa, entrei em contato com a minha tia e deixei a par de toda a situação. Mesmo ela não estando falando com a minha mãe, fez de tudo para conseguir que meu tio fosse tratado.


Inicio de janeiro, lembro daquela noite como se fosse ontem. Naquela noite, minha tia estava no UPA com o meu tio internado. Ela havia me mandado uma mensagem dizendo que estava vendo com alguns contatos, uma remoção para um hospital, já que a UPA não tinha o tratamento adequado para o meu tio. E ia mais além, precisava também de uma UTI móvel, pelo delicado estado de saúde no qual ele se encontrava.

Um pouco antes de ir dormir, minha tia me ligou toda feliz, dizendo que um de seus contatos (um vereador) tinha conseguido uma UTI móvel novinha ainda no plástico. E mais uma equipe médica para acompanhar durante a remoção. Então disse a ela que tudo ficaria bem, e que eu estava indo dormir, mas que deixaria o celular ligado caso precisasse de algo.

E no meio da noite o meu celular toca, e antes mesmo de atender, alguma coisa por dentro me dizia que não seria uma boa ligação.




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