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Foto do escritorEduardo De Oliveira

Single Player


Mais um dia trabalhando a noite em meio a chuva e o frio, e entre ruas escuras e parcialmente desertas, sempre me pego nos meus pensamentos estando sobre duas rodas.

Hoje viu um vídeo que trazia a seguinte mensagem;

"Seu capacete já ouviu seus problemas, seu acelerador já sentiu a sua dor, seu escapamento gritou para que você não precisasse, e ainda sim, perguntam por que você pilota."

Perfeita essa colocação de palavras e sentimentos, sobre o que é estar em uma moto e expressar através dela as suas emoções, que em muitas vezes você oculta de todo o mundo.


Mas o que moto tem a ver com "Single Player"? Bom, moto é um veículo que na grande maioria das vezes é ocupado somente pelo piloto, e com garupa é ter uma responsabilidade e zelo a mais.

E geralmente, nós escolhemos quem anda ou não em nossa garupa.

E passado alguns meses no modo "Single Player", me peguei pensando exatamente sobre essa questão hoje à noite. O quão é necessário para as pessoas sempre estarem agarradas com alguém na sua garupa, ou em ter a necessidade de sempre ter alguém ao lado. Esse pensamento me voltou meses atrás, quando buscava respostas para algo que ocorreu em minha vida. Onde estudei e aprendi muito sobre Dependência Emocional e certos tipos de relacionamentos.

Também para poder superar e tratar a dependência, ou abstinência que tinha na época, e que foi de extrema ajuda e importância para que eu pudesse passar por essa fase tão complicada.


Seja Single Player ou solitude ou qualquer outro nome que prefira chamar, o mais importante é poder estar bem com você mesmo e acima de tudo gostar e ver que você é a sua melhor companhia.

O fato de depositar sempre a sua felicidade em outra pessoa, ou de não suportar viver com você mesmo, é algo sério, algo que merece ser tratado. Mas o pior ainda, é você querer ou envolver outras pessoas em um problema que é exclusivamente seu, e isso torna o seu problema ainda maior, pois acaba magoando ou ferindo pessoas que na grande maioria das vezes estão naquela situação dando e querendo o seu melhor. E novamente volto a questão da Dependência Emocional, que muitas vezes é demonstrado pelo medo de ser abandonado, autoestima baixa, valorização da opinião dos outros, negação de problemas e até mesmo a se sujeita a situações ruins para não perder o outro. Claro, tem muito mais coisas relacionadas a isso, coisas desde a infância, criação e crenças. Mas não convém entrar afundo nesse contexto, até mesmo porque não sou nenhum profissional da área né, mas graças a ter procurado respostas, sejam em textos ou com terapeutas, hoje entendo perfeitamente do porquê de ter ocorrido certas coisas em minha vida, e assim posso pontuar melhor o início, meio e fim de tudo isso.


Hoje mais cedo, estava passando os olhos nos meus textos, e logo o primeiro me chamou atenção, texto com o título de "Salvadora". E li novamente o texto, mesmo já sabendo cada palavra que tinha ali, e tive uma grande nostalgia. Pelo fato, pela foto usada e por todo o contexto da época.

Eu poderia reescrever e modificar o título, mas em nada mudaria o que foi e representou para mim, ou até mesmo poderia escrever uma versão "2.0" do mesmo texto, já que toda a situação acabou me salvando novamente. Pois hoje eu aprendi melhor o conceito de amor próprio e de como usar uma situação ou sentimentos ruins, para motivar a ser uma pessoa melhor e conquistar e executar projetos que estavam parados. É um jeito estranho, mas sim, isso salva também as pessoas.

Aprendi também que nunca devemos nos mudar por alguém, a não ser por nós mesmo ou quando existe a necessidade de se tornar uma pessoa melhor.

E eu nunca prometi ser nenhum cavaleiro de armadura reluzente em um cavalo branco. Até porque minha armadura carrega muitas marcas, sangue e sujeira de tantas que foram as batalhas em minha vida.

E como motoqueiro que eu sou, o que posso oferecer é uma moto negra como a noite e conhecer o mundo em minha garupa. Mas concordo em um ponto, o espirito de cavaleiro eu tenho dentro de mim. E nunca fugirei de uma boa batalha, pois o que vem fácil geralmente não tem tanto valor quanto algo que realmente lutamos para conseguir.

Seja "Single Player" ou "Two Players", o que importa de verdade é superar e vencer todas as fases da vida.




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